quinta-feira, 28 de abril de 2011

CALOS E CALOSIDADES

As calosidades e os calos são lesões provocadas por uma hiperpressão que leva ao espessamento da camada mais superficial da pele, podendo ser localizados ou generalizados. Os calos variam de tamanho, localização, consistência e forma. As calosidades diferem dos calos por serem mais extensas, não possuírem núcleo e provocarem freqüentemente fissuras na pele.

CAUSAS
Calos e calosidades são resultados de microtraumatismos repetidos, aumento de pressão e atrito constantes sobre a pele, freqüentemente devidos a uso de calçados inadequados, deformidades ortopédicas, vícios posturais, alterações da marcha, irregularidades ósseas congênitas ou adquiridas , atrofia dos coxins gordurosos secundária a problemas como diabetes e artrite reumatóide, etc.

A EVOLUÇÃO DO CALO
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Estágio de hiperqueratose
Uma pressão aumentada e localizada sobre a pele provoca uma isquemia (* não possuir suprimento sangüíneo no local)  do tecido e, conseqüentemente, morte celular e acúmulo de células mortas na camada córnea, numa tentativa de defesa das camadas mais profundas da pele contra a agressão. Esse processo gera a área de hiperqueratose localizada.

Estágio de higroma
A irritação constante da pele produz uma bolsa serosa, chamada higroma, onde se acumula líquido. Se o traumatismo prossegue, a bolsa se inflama e pode supurar quando infectada.

TIPOS DE CALOS
1. Calo duro
Localiza-se em áreas de maior atrito, como as plantas dos pés, principalmente o calcanhar e a região metatársica. Geralmente tem cor amarelada, consistência dura e tamanha variável. Possui um núcleo formado por uma "massa" de queratina compactada, translúcida, sob o qual se forma um higroma, que às vezes infecciona e provoca um abscesso muito doloroso.
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2. Calo mole

Situa-se geralmente nos espaços interdigitais, principalmente no 4º. espaço. É de cor esbranquiçada econsistência mole, devido à maior umidade do local. É causado pelo atrito das epífises das falanges sobre a pele dos artelhos e pelo uso de calçados de bicos finos.


3. Calo miliar

Situa-se principalmente na abóbada plantar e está ligado a problemas na sudorese. Em geral aparecem múltiplos calos bem pequenos e pouco dolorosos, seme­lhantes ao núcleo do calo duro, por serem formados por uma massa de queratina bem compacta e translúcida.


4. Calo dorsal dos dedos

Localiza-se na face dorsal das articulações interfalangianas, principalmente em pacientes com "dedos em martelo". Caracteriza-se pela formação de um co­xim fibroadiposo, reação que consiste na tentativa de proteger as partes ósseas. Eventualmente pode ocorrer espessamento da camada córnea acima do coxim ou o aparecimento de um calo duro.
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5. Calo de Millet

Situa-se no dorso do pé oval. A pele torna-se bas­tante fina, devido ao atrito ocasionado pelo calçado.

6. Calo subungueal e periungueal

Localizam-se nas bordas das unhas e surgem em decorrência de pressões aplicadas sobre essas estruturas. Geralmente é de consistência dura e coloração amare­lada, e provocam dor no local.

7. Calo vascular

Situa-se em geral na planta do pé, sendo clinicamente semelhante ao calo duro, pois possui núcleo e muitas vezes um higroma. Entremeados à massa de queratina que o forma, vêem-se vasos sanguíneos que podem san­grar quando manipulados. Esse tipo de calo pode surgir em áreas de cicatriz anterior ou devido ao atrito.

8. Calo neurovascular

Localiza-se na planta do pé, sendo clinicamente se­melhante ao calo duro. No entanto, possui em seu in­terior vasos sanguíneos e terminações nervosas que o tornam extremamente doloroso.


Sintomas
Os calos e calosidades apresentam em geral basica­mente os seguintes sintomas:
• dor;
• inflamação e/ou infecção do higroma:
• alteração do humor;
• distúrbios de afetividade relacionados com as altera­ções estéticas em um pé com calosidades.
A dor é um sintoma variável, podendo ou não existir ou ser tão insuportável que o paciente não consiga an­dar ou transfira o peso do corpo para outros pontos do pé, com isso ocasionando distúrbios ortopédicos e promovendo o surgimento de novas calosidades e calos.
O higroma do calo pode ser inflamar e poste­riormente infectar-se, resultando em um abscesso que deve ser drenado. Associado a isso pode haver linfangite, osteomielite, necrose com gangrena e septicemia.


Tratamento
"O principal tratamento é a profilaxia." "Sob nenhum pretexto os calos, calosidades e bursites devem ser cauterizados ou eletrocoagulados, pois podem resultar em lesões e complicações gravíssimas."
Na fase inicial é suficiente extirpar a hiperqueratose, proteger o local com aparelhos especiais (protetores para calos), orientar o paciente sobre calçados confortáveis e cor­rigir deformidades ortopédicas, quando possível, com palmilhas e aparelhos especiais.

Dica: use sempre calçados confortáveis e do tamanho adequado